sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Hospital São Paulo vive problemas de estrutura e caos no pronto-socorro Unidade ligada à Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) apresenta deficiências que podem colocar funcionários e pacientes em risco, como fiação exposta, ralos entupidos e mofo

Karina Toledo, de O Estado de S.Paulo
Duas semanas após o término da greve dos servidores federais que atuam no Hospital São Paulo - ligado à Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) -, permanece idêntica a situação caótica no pronto-socorro da unidade. Em visita ao local, a reportagem verificou a existência de graves problemas de infraestrutura, principalmente na cozinha e na lavanderia, que podem comprometer a segurança de funcionários e pacientes.

Maca tampa a entrada da obra do vestiário, no subsolo do Hospital São Paulo Evelson de Freitas/AE
 Lavanderia teve um incêndio há duas semanas atrás e segue com o teto destruído e a fiação exposta

Na lavanderia do Hospital São Paulo, a máquina de passar que não funciona Evelson de Freitas/AE
Na cozinha da unidade, válvulas do sistema a vapor estão enferrujadas Evelson de Freitas/AE
 

Há cerca de duas semanas, um incêndio destruiu parte do forro da lavanderia, por onde passam cerca de 3 toneladas de roupa por dia. A máquina que pegou fogo foi retirada, mas a fiação está exposta e o local funciona com iluminação improvisada.
Na cozinha, há ralos entupidos, onde se acumulam água e gordura, panelas em mau estado de conservação e válvulas de gás e de vapor enferrujadas. “As instalações estão cheias de gambiarras e o risco de acidente é real”, disse um funcionário que prefere não ser identificado. “Se a vigilância sanitária fizesse uma verificação aqui, com certeza receberíamos algumas multas.”
Ainda segundo relatos de funcionários, há ratos no forro da cozinha e problemas de ventilação. A cozinha e a lavanderia ficam no subsolo do hospital e, por isso, não têm janelas. O ar que chega ao local passa antes pelos andares superiores e corre o risco de ser contaminado por bactérias e vírus.
A poucos metros da entrada do setor de nutrição, containers de lixo infectante ficam estacionados durante horas, até que sejam levados para o abrigo final.
No vestiário dos funcionários, também no subsolo do hospital, as paredes e o teto estão completamente tomados por mofo e há vasos sanitários quebrados.
O Hospital São Paulo é um dos quatro maiores da capital paulista e atende mais de 6 mil pessoas por dia. Recebe pacientes de todas as regiões da cidade e também vindos do interior e de outros Estados. É o hospital universitário da Unifesp.

Ralos entupidos próximos ao forno fazem acumular sujeira no chão da cozinha da unidade Evelson de Freitas/AE